Cinomose: Conheça os cuidados necessários para a proteção do seu pet

 A cinomose é uma doença viral altamente contagiosa e com alto grau de letalidade, sendo a segunda doença que acomete os cães com maior índice de óbitos, podendo chegar a até 70%.

A doença é endêmica no Brasil e ocasiona a morte de milhares de cães todos os anos, e esse número parece ter aumento nas últimas décadas, com surtos de proporções alarmantes, mesmo com o aumento do número de animais vacinados.

O que pode estar ocasionando isso?

A vacinação ainda é a forma mais eficiente de prevenir a doença, visto que a chance de contaminação pelo vírus aumenta em 100 vezes em animais não vacinados, sendo a vacina múltipla tida como essencial para no esquema básico de vacinação, além da vacina de raiva, embora não seja distribuída de forma gratuita pelo governo.

Porém pode ocorrer falhas vacinais, nas quais mesmo os animais vacinados se contaminam com o vírus, sendo as causas mais comuns: problemas na aplicação e refrigeração da vacina e ou vacinas de baixa qualidade, por isso, SOMENTE médicos veterinários são aptos a fazer a vacinação dos animais, procure profissionais de confiança!

Outro fator importante é o protocolo vacinal incompleto, a indicação de número de doses e seus intervalos podem ser alterados de acordo com o grau de exposição do animal e a conduta clínica do médico veterinário, mas geralmente é instituído o protocolo de três doses com intervalo de 21 dias, a partir de 45 dias de vida e com reforço anual.

Alterações individuais do animal também podem afetar a eficácia da vacina, fatores como estresse, baixas imunológicas decorrentes do curso de alguma doença, parasitas internos e até mesmo os anticorpos transferidos da mãe para filhotes vacinados precocemente.

O fato de o vírus ter a capacidade de diversidade genética constante, reduz a capacidade de proteção vacinal através de vacinas feitas com cepas virais antigas.

Porque a cinomose é uma doença altamente contagiosa?
Devido a disseminação do vírus acontecer por meio do contato direto do animal saudável com o animal doente ou apenas com suas excreções, como urina, fezes, saliva, secreção respiratória e até mesmo placentária (da mãe para os filhotes). Cerca de 50% dos animais contaminados, podem cursar a doença e terem capacidade de disseminá-la, mas não apresentarem sintomas, o que facilita o contágio e disseminação viral.

Os animais em situação de rua são um fator complicador no ciclo de disseminação da doença, visto que são mais suscetíveis de infecção por não receberem cuidados ou vacinação, possuírem baixos títulos de anticorpos virais e terem mais chance de contato com o vírus. 

Quais sintomas os animais apresentam?
Os sintomas iniciais mais comuns são desidratação, apatia, perda de apetite, perda de peso progressiva, descarga nasal, conjuntivite, diarreia, lesões de pele e espessamento de focinhos e coxins. Os sintomas podem evoluir para quadros neurológicos, onde o animal passa a apresentar espasmos musculares, movimentos involuntários, dificuldade de locomoção, perda progressiva dos movimentos e crises convulsivas.

E qual é o tratamento?
Não há tratamento antiviral específico, embora estejam sendo estudados e utilizados tratamentos que visam reestruturar e fortalecer o sistema imune, para evitar infecções secundárias e reduzir a replicação viral. São instaurados orientações e tratamentos com base na manifestação dos sintomas, além do isolamento do animal para impedir o contágio da doença para animais saudáveis.

Qual o período de maior incidência?
Pesquisas confirmam que em períodos de temperaturas mais baixas ocorrem maior incidência da doença, pois o vírus fica viável por mais tempo no ambiente, o ar estando mais seco aumenta a capacidade do vírus dispersar pelo ambiente, além da baixa imunológica ocasionada por estresse de baixas temperaturas.

O que fazer para proteger meu pet?
Procure um médico veterinário de confiança para realizar o protocolo vacinal, independentemente da sua idade, mantenha a carteirinha de vacinação em dia, converse com ele sobre outras vacinas e possibilidades de cuidados. Caso seu pet manifeste qualquer sintoma, procure um médico veterinário o quanto antes, o tempo é valioso na sua expectativa de cura, e lembre-se: diagnóstico de cinomose não é diagnóstico de morte! Seu companheiro merece cuidados, mesmo sabendo da complexidade da doença.

Fonte: Vigilância Ambiental/Veterinária Sueli Kuster | Arte: Elabore

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